"Quais são os motivos da alta do dólar e as expectativas do mercado?"

“A moeda norte-americana se valorizou quase 1%, ultrapassando R$ 5,76 nesta terça-feira (29), atingindo o maior valor em mais de três anos.”

O dólar encerrou o pregão desta terça-feira (29) em alta de 0,95%, cotado a R$ 5,762. Este é o maior patamar que a moeda atinge desde 30 de março de 2021, quando encerrou o dia na faixa de R$ 5,774.

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“Entre os fatores que contribuíram para essa alta, os analistas consultados pela CNN ressaltam as incertezas em relação ao cenário fiscal, especialmente após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarar que o pacote esperado de corte de custos ainda não tem dados para ser anunciado.

Além disso, a situação global também contribuiu para a valorização da moeda, em meio à disputa eleitoral nos Estados Unidos e às futuras decisões sobre juros do Federal Reserve (Fed)."

Por volta de 15h45, o ministro Fernando Haddad afirmou na portaria da Fazenda que não há um prazo para o envio de um aguardado conjunto de medidas de contenção fiscal. Segundo o chefe da equipe econômica, o andamento depende de aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“A conversa está avançando; estamos dialogando com o [Ministério do] Planejamento [e Orçamento]. Estamos fazendo as contas para que possamos apresentar algo bem ajustado”, afirmou o ministro da Fazenda.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, comentou em 22 de outubro que a equipe econômica do governo apresentará em breve um pacote de contenção de gastos ao presidente Lula. Ela enfatizou que “é chegada a hora de levar a sério” a revisão das despesas públicas no Brasil.

Nos dias que se seguiram essas declarações, o câmbio mostrou certa estabilidade.

No entanto, as declarações de Haddad não foram bem recebidas pelo mercado.

“Haddad diz que não há dados para entregar o plano e sugere que os números indicados pelo mercado são irreais, o que gera tensão entre os investidores”, analisa Jefferson Laatus, estrategista-chefe do grupo Laatus.

Ao ser questionado por jornalistas sobre o tamanho do corte, Haddad respondeu que os números veiculados pela imprensa nunca foram discutidos por ele, ressaltando que o anúncio oficial depende da decisão final do presidente.

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